Conferência internacional em Paris de apoio à Ucrânia
Podcast
About this episode
O presidente francês, Emmanuel Macron, organiza esta segunda-feira em Paris uma reunião de cerca de 20 chefes de Estado e de governo em solidariedade com Kiev, logo após se ter assinalado no passado fim de semana os dois anos após a invasão em larga escala pela Rússia do território ucraniano.
Pavlo Sadokha é o presidente da Associação dos ucranianos em Portugal, ele relembra, porém, que já há dez anos que a Crimeia e o Donbass foram ocupados pela Rússia.
"Em primeiro lugar não são dois anos [de invasão russa da Ucrânia], são dez anos que a Rússia invadiu a Ucrânia: primeiro na Crimeia e, depois, no Donbass. E aquelas últimas declarações que fez o Putin, ou o assessor do Putin, Medvedev, que disse que têm que chegar de novo a Kiev e até mais mostram que não temos hipóteses para sobreviver como ucranianos que continuar a lutar. Isto só vai parar quando a própria Rússia terminar com o regime, vai mudar o regime, o seu pensamento sobre a sua sociedade e o seu lugar no mundo.
Sem apoio internacional não vamos conseguir reconquistar as nossas terras, sem apoio internacional não vamos conseguir defender as cidades da Ucrânia que estão todos os dias atacadas ! Mas isso não significa que os ucranianos vão desistir da sua luta ! Vamos lutar, vamos lutar até ao último porque não temos hipótese. E não está a situação tão crítica como querem mostrar ! "
Questionado sobre que informações tem obtido junto dos soldados ucranianos na frente de guerra Pavlo Sadokha afirma que eles admitem estar "muito cansados".
"Estão muito cansados. Nós falámos até nesta quinta-feira, antes de preparar todas as nossas acções no mundo neste segundo ano da invasão em larga escala à Ucrânia. Eles dizem: "Nós precisamos de armas". Pedem a todos os países e sociedades onde estão ucranianos para tal porque sem armas não nos podemos defender. Se tivéssemos estas armas logo no início desta guerra é capaz de já no ano passado termos terminado esta guerra. Foi falha do fornecimento de apoio militar à Ucrânia que provocou isso, esta guerra que continua com um futuro, para já, sem previsões."