CAN 2024: Angola e Cabo Verde regressam a casa após percurso histórico

CAN 2024: Angola e Cabo Verde regressam a casa após percurso histórico

RFI Português
00:16:58
Link

Podcast

Desporto
Desporto

About this episode

As duas últimas selecções lusófonas foram afastadas do Campeonato Africano das Nações. Angola e Cabo Verde foram eliminados nos quartos-de-final da prova que decorre na Costa do Marfim.

Os favoritos nesta edição foram todos eliminados neste CAN. Senegal, Argélia, Egipto e Marrocos, favoritos ao título, foram eliminados, enquanto todas as equipas que terminaram no primeiro lugar na fase de grupos, que pelo menos vestiam a pele de favoritos temporariamente, também foram afastados, inclusive Angola e Cabo Verde.

Neste CAN, a palavra proibida é ser favorito no papel, nos resultados obtidos ou até no coração dos adeptos.

Na passada sexta-feira, Angola, que terminou no primeiro lugar no Grupo D e que eliminou facilmente a Namíbia por 3-0 nos oitavos, viu o seu percurso acabar perante a Nigéria, nação que já venceu três vezes o título africano, mas que nesta edição apenas ficou no segundo lugar no Grupo A.

Os nigerianos venceram por 1-0, mas o jogo acabou por ser muito equilibrado, aliás o avançado angolano, Zini Salvador, rematou ao poste da baliza dos ‘Super Eagles’.

Em declarações à RFI, Zini Salvador, de 21 anos, admitiu estar triste com o resultado e com a oportunidade que teve em que a bola não entrou.

Zini Salvador, avançado do AEK Atenas, já representou o 1° de Agosto em Angola.

Um jogo que também não foi fácil para António Dominique, o guarda-redes angolano, visto que foi pela primeira vez titular num CAN, entrando para onze devido ao castigo de Neblú.

António Dominique, internacional angolano de 29 anos, ao microfone da RFI, que representa o Etoile Carouge na Suíça, ele que já vestiu as camisolas do Lausanne-Sport e do Basileia em território helvético, bem como do 1° de Agosto e do Petro de Luanda em Angola.

Os Palancas Negras fizeram história neste CAN, vencendo pela primeira vez dois jogos na fase de grupos, e alcançando um triunfo inédito num jogo de eliminação directa ao derrotar a Namíbia por 3-0 nos oitavos.

Em declarações à RFI, Eddie Afonso, lateral direito angolano, lembrou que, apesar da decepção, a equipa tem de estar orgulhosa com o percurso que fez.

Eddie Afonso, defesa de 29 anos do Petro de Luanda, também já representou o Recreativo do Libolo.

Show, médio angolano, também foi pela mesma tónica, preferindo realçar o percurso inédito realizado pelos Palancas Negras.

Show, internacional de 24 anos que actua nos israelitas do Maccabi Haifa, ele que já jogou no Ludogorets Razgrad na Bulgária, no Lille em França, no Boavista e no B SAD em Portugal e no 1° de Agosto em Angola.

Nesta edição do CAN, Angola conseguiu ultrapassar a fase de grupos, algo que não tinha feito em 2019 no Egipto.

Em entrevista à RFI, Fredy, capitão de Angola e que esteve presente em 2019, afirmou que os Palancas Negras voltaram a ser colocados no mapa do futebol africano com este percurso.

Fredy, médio de 33 anos dos turcos do Eyupspor, que já representou o Belenenses em Portugal, o Recreativo do Libolo em Angola, o Excelsior nos Países Baixos, e o Antalyaspor na Turquia.

Angola ficou pelos quartos... bem como Cabo Verde.

Os Tubarões Azuis perderam na marcação das grandes penalidades por 2-1 frente à África do Sul, após o empate sem golos no fim do tempo regulamentar e do prolongamento, em Yamoussoukro, capital política do país.

No fim do jogo, em exclusivo à RFI, Jovane Cabral, avançado cabo-verdiano, estava triste com este resultado, mas orgulhoso por defender as cores de Cabo Verde.

Jovane Cabral, avançado de 25 anos, vai representar os gregos do Olympiacos depois do CAN, ele que também vestiu a camisola da Salernitana e da Lazio na Itália, e do Sporting CP, em território luso, onde foi formado quando chegou de Cabo Verde a Portugal.

Cabo Verde participou pela quarta vez no CAN e pela terceira vez conseguiu ultrapassar a fase de grupos, sendo que nesta edição até venceu pela primeira vez um encontro na fase de eliminação directa ao derrotar a Mauritânia por 1-0.

Em entrevista exclusiva à RFI, Ryan Mendes, capitão dos Tubarões Azuis, que esteve presente nas quatro participações cabo-verdianas, lembrou que, apesar da decepção, a selecção está no bom caminho para atingir patamares mais altos.

Ryan Mendes, avançado de 34 anos, representa o Karagumruk na Turquia, ele que vestiu as camisolas do Le Havre e do Lille em França, do Nottingham Forest em Inglaterra, do Kayserispor na Turquia, do Al Sharjah e do Al-Nasr nos Emirados Árabes Unidos.

Frente à África do Sul, o jogo foi decidido na marcação das grandes penalidades com quatro defesas de Ronwen Williams, o guarda-redes sul-africano.

Em declarações à RFI, Márcio Rosa, guarda-redes cabo-verdiano, afirmou que muitas vezes na marcação das grandes penalidades, nem sempre a melhor equipa acaba por vencer.

Márcio Rosa, internacional cabo-verdiano de 26 anos que actua no clube português do Anadia, ele que já representou o Chaves, o Montalegre ou o Cova da Piedade, entre outros clubes, em Portugal.

Angola e Cabo Verde foram eliminados nos quartos-de-final do Campeonato Africano das Nações de futebol, enquanto a Guiné-Bissau e Moçambique, as duas outras selecções da África Lusófona, foram afastados na fase de grupos.

De notar que nas meias-finais, as quatro nações apuradas já conquistaram pelo menos uma vez o título continental. A Nigéria vai medir forças com a África do Sul, enquanto a Costa do Marfim, país anfitrião, vai defrontar a República Democrática do Congo.

Chegamos assim ao fim deste Magazine Desporto.